Depois de sabermos classificar cada parte constituinte do recipiente cerâmico devemos saber as denominações específicas para formas cerâmicas já estudadas e bem caracterizadas, usadas na termonologia etnográfica e na terminologica das artes decorativas. Estas denominações relacionam-se principalmente com funções específicas dos recipientes.

Almofariz - recipiente aberto, normalmente de bordo muito esvasado e lábio pendente, característico pela superfície interna, tratada de forma apta a permitir o esmagamento dos alimentos aí colocados.


Ânfora - vaso de grandes dimensões destinado ao transporte de produtos, caracterizado pelo colo estrangulado, asas sobre o ombro, ou do ombro ao bordo, e fundo pontiagudo. Ainda que tipicamente romana, foi também produzida noutras épocas. A versão miniatura (normalmente menos estandardizadas que as versões verdadeiramente comerciais) designa-se por vezes por "anforeta".

Bacia - vaso de forma geral idêntica à das malgas ou tigelas mas de grandes dimensões.
Bilha - recipiente de paredes normalmente muito contracurvadas, de dimensões não muito grandes, característico pela provisão de uma ou duas asas e de um bico de verter, destinado ao transporte e tranvase de água (ou outros líquidos).

Candeia - pequeno recipiente hemisférico e aberto, com o bordo ondulado de forma a poder suportar o pavio.
Cantil - recipiente de forma circular, munido de duas pequenas asas de forma adequada à suspensão e uma pequena boca.
Copa - vaso pouco fundo e de bordo esvasado, normalmente sem estrangulamentos, com duas asas.
Copo - vaso de beber normalmente de forma troncocónica ou cilíndrica, de paredes fina

Escudela - pequenas taças baixas de forma bastante robusta, com base sólida e carena, côncava no interior e de paredes bastantes espessas. O termo reserva-se normalmente para produções medievais e posteriores.
Frigideira - recipiente largo, aberto e com paredes baixas, próprio para uso no fogo a altas temperaturas.
Garrafa - recipiente de colo alto e estreito, próprio para conter líquidos e seu transvase em pequenas quantidades.

Jarra - vaso alto de paredes abertas, com ou sem estrangulamento mediano.

Jarro - vaso de médias dimensões, entre o púcaro e o cântaro. Com a bilha, é o vaso por excelência para o serviço de líquidos.
Lucerna - o termo reserva-se para os pequenos utensílios fechados da época romana, composto por um corpo viscóide provido de um pequeno orífio de enchimento e um bico largo, com outro orifício onde se alojava o pavio. Para certas variantes abertas, produzidas em cerâmica comum, usa-se o termo lamparina.
Pote - recipiente de dimensões superiores à das panelas, mas tipologicamente bastante semelhante, apto a cozinhar e/ou guardar alimentos.

Prato - recipiente muito aberto, de fundo plano e paredes muito baixas com bordos de forma variada, mas normalmente esvasado.
Púcaro - recipiente que se destinava a levar pequenas porções de líquidos ou alimentos ao fogo. Com morfologia semelhante a uma panela, mas com dimensões muito menores e uma única asa.
Queimador - vaso normalmente caracterizado por uma abertura que permite alimentar a combustão no seu interior e a dispersão dos fumos daí resultantes; as formas variam imenso conforme as épocas.
Taça - recipiente de forma normalmente hemisférica, ou de paredes arqueadas, como uma tigela, forma da qual se distingue pelas maiores dimensões.
Tacho - recipiente de cozinha, de forma semelhante à da frigideira, mas normalmente mais fundo.
Talha - recipiente de grandes dimensões destinado ao armazenamento ou à transformação de grandes quantidades de líquidos.
Testo - utensílio destinado a cobrir um recipiente. O perfil é normalemnet troncocónico e provido de asa, podendo por vezes confundir-se com o perfil de pequenas tigelas de pé alto; distingue-se, contudo, pelo tratamento mais cuidao dado à superfície da asa, o que não aconteceeria na face de assentamento de um pé.
Tigela/Malga - vaso aberto de dimensões modestas, sempre de formas abertas (ainda que os perfis pssam variar imenso).


















Obrigada Joana pelas definições e termos. Sempre útil.Espero que não se importe a partilha do seu blogue no Face. :-)continuação de bom trabalho!!
ResponderEliminarSandra Pena
Penso que nunca é demais lembrar que embora a nomenclatura se possa manter para distintas épocas, a forma possa mudar, como o caso dos pratos, pois em época contemporânea, estes apresentam um estrangulamento muito bem demarcado.
ResponderEliminarSou arqueólogo e atuo na cidade do Rio de Janeiro. Gostaria, se possível de algumas referências para a compreensão dos materiais aqui recuperados.
ResponderEliminarGiovani Scaramella
scaramella@gmail.com
Parabéns pelas postagens!
ResponderEliminarGiovani Scaramella